Dra. Erica Maia Alvarez
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Estou em crise, o que fazer?

Uma crise de saúde mental é uma situação em que uma pessoa experimenta uma intensa e grave deterioração de seu estado emocional ou psicológico, a ponto de não conseguir lidar com os desafios diários ou manter um funcionamento adequado. Esse estado costuma ser temporário, mas pode se prolongar e pode resultar em comportamento perigoso ou prejudicial para si mesmo ou para os outros. 

– Intensidade Emocional: Emoções extremas, como desespero, pânico, raiva, tristeza profunda.

– Comportamento Desorganizado: Dificuldade em pensar claramente, tomar decisões ou agir de maneira organizada.

– Sinais Físicos:  Sintomas físicos de estresse, como tremores, sudorese, respiração rápida ou batimento cardíaco acelerado.

– Isolamento Social:  Retirada súbita das interações sociais ou da participação em atividades habituais.

–  Autolesão ou Ideação Suicida:  Pensamentos ou ações autodestrutivas, incluindo falar sobre, planejar ou tentar suicídio

– Perda de Contato com a Realidade: Alucinações (ver, ouvir, coisas que não são reais), delírios (acreditar em coisas que não são reais), ou uma outra desconexão significativa com a realidade.

Estresse Agudo: Eventos traumáticos ou altamente estressantes, como perda de um ente querido, divórcio, ou perda de emprego.

Transtornos Mentais: Agravamento de condições de saúde mental preexistentes, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, ou esquizofrenia.

Abuso de Substâncias: Uso excessivo de álcool ou outras drogas.

Fatores Ambientais: Problemas financeiros, dificuldades no trabalho, ou conflitos familiares.

Abandono da medicação prescrita (que já faz uso).

– Crises também podem não ter gatilhos identificáveis.

  • Faça inspiração durante 4 segundos 
  • Após, segura desta forma (com a respiração presa) por mais 4 segundos
  • Faça expiração durante 4 segundos 
  • Após, segura desta forma (com a respiração solta) por mais 4 segundos 

Repita esse processo mais 3 vezes. 

  • Mudar o estímulo sensorial pode ajudar a desviar o foco da crise.
  • Concentre-se em sons, objetos, texturas e partes do seu corpo. Tomar um copo de água gelada também pode ajudar.
  • Entre em contato com uma pessoa de confiança e peça ajuda. Amigos, familiares, conselheiros, padrinhos, qualquer pessoa de confiança.
  • Se você já faz acompanhamento com um profissional de saúde mental, considere entrar em contato para acolhimento e orientações.
  • Lembre que nem sempre este profissional estará disponível no momento em que você precisa, por isso siga com as demais orientações.
  • Se você já faz acompanhamento psiquiátrico – e possui medicação para uso em caso de crise – considere utilizar o medicamento conforme prescrito pelo seu psiquiatra.
  • Considere acionar os recursos abaixo para acolhimento ou auxílio emergencial, como por exemplo ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV).
  • Se você fez uso excessivo de medicamento ou outra substância, ou provocou algum outro tipo de lesão física em seu corpo, ligue imediatamente para o SAMU (192) para obter ajuda. Evite dirigir ou andar sozinho pra fora de casa. 

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Formado exclusivamente por voluntários, o CVV oferece apoio emocional e prevenção do suicídio gratuitamente. Quem nos procura, normalmente está se sentido solitário ou precisa conversar de forma sigilosa, sem julgamentos, críticas ou comparações. Atuamos nacionalmente. Nosso atendimento é realizado pelo telefone 188 (24 horas por dia e sem custo de ligação), chat, e-mail e pessoalmente em alguns endereços.” (Fonte: CVV)

O Busca Saúde é um “Sistema de Localização de Estabelecimentos de Saúde da Rede SUS do Município de São Paulo”. Pra quem reside em São Paulo, ele dá acesso a toda rede do SUS de referência para o seu endereço. Basta completar o campo em destaque com o seu endereço e selecionar o tipo de rede que você está buscando. Veja a figura para exemplo.

“O 192 é um serviço de atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência da Prefeitura de São Paulo. Você pode acionar o serviço através de telefones sem utilizar fichas ou cartão.” (Fonte: site da prefeitura)

1. Identifique a crise e procure manter a calma

Sinais de Crise: Preste atenção em comportamentos e sinais que podem indicar uma crise, como mudanças drásticas de humor, isolamento, fala sobre suicídio ou autolesão, confusão extrema, ou comportamento agressivo. Também falta de ar, desespero e discurso de que “acha que vai morrer ou enlouquecer”.

Contexto: Considere o histórico da pessoa, se ela já teve crises anteriores, e se há fatores recentes que possam ter desencadeado a crise (perda, estresse extremo, etc.).

2. Redirecione a atenção sensorial

  • Orienta a pessoa a se concentrar em sons, objetos, texturas e partes do seu corpo. Tomar um copo de água gelada também pode ajudar. Mudar o estímulo sensorial pode desviar o foco da crise.

3. Não faça isso!!

  • Evite frases do tipo “vai ficar tudo bem”, “já já vai passar”, porque você não sabe se nada disso é verdade.
  • Evite dizer frases do tipo “pelo menos … (citando algo aparentemente pior)” ou comparações com você ou com outra pessoa, porque você não sabe o que nada disso representa pra aquela pessoa (você estará usando as suas referências, não as dela, e isso não ajuda)
  • Também evite forçar ajuda, mas fique atento a riscos.

Se não souber o que falar, apenas deixe claro que você está ao lado e disponível caso a pessoa queira.

Lembre que EMPATIA é se por no lugar da pessoa como se você fosse aquela pessoa, com as referências dela, e não apenas se por no lugar daquela pessoa como se você você estivesse passando pela mesma coisa. Você é você e ela é ela. O que importa pra um pode não importar da mesma forma pro outro e, principalmente, o que impacta uma pessoa pode não impactar da mesma forma o outro. Por isso novamente cuidado pra não usar as SUAS referências e as SUAS verdades pra acolher outra pessoa.

4. Busque apoio

  • Entre em contato com uma pessoa de confiança e peça ajuda. Você não precisa tentar ajudar sozinho.

5. Contate o profissional de saúde mental da pessoa que estiver ajudando

  • Caso a pessoa que você está tentando ajudar já faça acompanhamento com um profissional de saúde mental, considere entrar em contato para acolhimento e orientações. Lembre que nem sempre este profissional estará disponível, por isso siga com as demais orientações.

6. Lembre a pessoa sobre seus medicamentos prescritos pra crise (se houver)

  • Caso a pessoa que você está tentando ajudar já faça acompanhamento psiquiátrico, pergunte a ela se ela tem “medicamento para uso na crise” e se foi orientada pelo seu médico sobre isso. Lembre-a deste recurso.

7. Utilize recursos de acolhimento ou auxílio emergencial

  • Considere acionar os recursos acima mencionados para acolhimento ou auxílio emergencial, como o CVV, Busca Saúde ou SAMU.

8. Autolesão

  • Caso a pessoa que você está tentando ajudar tenha feito uso excessivo de medicamento ou outra substância, ou tenha provocado algum outro tipo de lesão em seu corpo, ou esteja ameaçando fazê-lo, ligue imediatamente para o SAMU (192) para obter ajuda.

Intervir rapidamente durante uma crise de saúde mental é crucial para a segurança e o bem-estar da pessoa afetada. Oferecer apoio imediato, garantir a segurança, e conectar a pessoa a recursos profissionais pode ajudar a estabilizar a situação e prevenir danos maiores.

Para agendamento com a Dra. Erica Maia Alvarez, clique aqui.

2 comments on “Estou em crise, o que fazer?

    1. Hoje em dia vemos tantas pessoas com diferentes tipos de crise! Algumas dicas como essas podem ajudar /\ Que bom que gostou!

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